Atualmente, saúde e bem-estar físico e mental são considerados quase que sinônimos. Porém, nos primórdios, para o homem primitivo, as doenças eram o resultado da ação de seres demoníacos (a pena para alguma transgressão perpetrada). Esse era o modelo Mágico-religioso, segundo o qual a saúde só poderia ser restabelecida por meio dos cuidados de um xamã.
Alguns milhares de anos deveriam transcorrer, até que, por volta de 3.000 a.c., surgisse o modelo Empírico-Racional. Segundo este modelo, as doenças eram o resultado dos humores corporais: sangue, bílis amarela, fleugma e bílis negra. Portanto, as doenças seriam o resultado de um desequilíbrio desses humores, enquanto a saúde, obviamente, seria o seu equilíbrio.
Agora, finalmente, estamos no séc. XVI, e a Idade Moderna avança a passos largos! Nesse período, muito por conta da poderosa influência de René Descartes, as doenças passaram a ser vistas como simples defeitos da “Máquina Humana”, e a saúde, portanto, seria obtida por meio do simples ajuste dessa “engrenagem” — sem que nenhum fator subjetivo fosse levado em consideração.
Eram outros tempos! A noção de que o indivíduo possuía um espírito, que também necessitava de cuidados, ainda não existia.
Foi preciso que o conceito de Holismo (conceito grego, posteriormente difundido pelo estadista e intelectual sul-africano, Jan Smuts” – 1870-1950) fosse resgatado, para que a noção de saúde e bem-estar físico e mental passasse a gozar do devido prestígio.
Surge, portanto, a noção de “saúde holística”, que agora define a saúde como “um estado de bem-estar físico, mental e espiritual, no qual o indivíduo é visto em toda a sua integralidade, em todas as suas dimensões, e não apenas reduzido aos seus aspectos físicos e biológicos”.
O que é qualidade de vida?
Poucos são aqueles que se arriscam a “bater o martelo” sobre a definição de “qualidade de vida”. São vários os fatores que devem ser levados em consideração para determinar se alguém tem ou não uma vida de qualidade. — E a saúde e bem-estar físico e mental, obviamente, é o principal deles.
Tais fatores devem levar em consideração situações sociais, econômicas, emocionais, biológicas, entre várias outras que, em harmonia, acabam formando um “todo”, capaz de caracterizar o estado de plenitude de um indivíduo.
Para Rufino Netto (1994), qualidade de vida é “aquela que ofereça condições mínimas para que os indivíduos possam desenvolver o máximo das suas capacidades, sejam estas: viver, amar, sentir, trabalhar, produzir, praticar ciência ou artes”.
Logo, é possível ao menos esboçar algo como uma definição de qualidade de vida, como sendo uma sensação de plenitude física, mental e espiritual. Sempre levando em consideração, é claro, um estado de saúde e bem-estar físico e mental, capaz de permitir que o indivíduo esteja em constante ação, e, principalmente, com as rédeas da sua vida individual nas próprias mãos.
Nesse caso, os fatores objetivos e subjetivos andam de mãos dadas, assim como a sua percepção do que lhe faz bem, sobre o que lhe completa e sobre o que lhe traz paz, dentro de um contexto histórico, temporal e social.
Saúde e bem-estar físico e mental: um dos conceitos de felicidade.
Gastrites, erupções cutâneas, úlceras, hipertensão, problemas cardíacos, cânceres, entre outras inúmeras patologias, em muitos casos, é o resultado de altos níveis de estresse e ansiedade no dia a dia dos indivíduos, que vivem às voltas com uma luta sem trégua pela sobrevivência.
No entanto, de acordo com os especialistas, alguns exercícios físicos, comprovadamente, podem atuar poderosamente em benefício da saúde emocional de uma pessoa.
30 min diários de exercícios aeróbicos de baixa intensidade, por exemplo, estimulam a produção da proteína BNDF, que melhora o humor e ajuda a garantir a sobrevivência e o melhor funcionamento dos neurônios.
Já os exercícios de resistência, como trilhas, musculação, escaladas, etc., pelos menos três vezes por semana, aumentam os níveis de IGF-1, endorfina, serotonina e ocitocina — conhecidos por serem os cultuados hormônios do prazer, bem-estar e do amor.
Os exercícios relaxantes (yoga, tai chi chuan, alongamentos, meditação, entre outros) diminuem os níveis de adrenalina, noradrenalina e cortisol no sangue, ao passo que também estimulam os hormônios ligados ao bem-estar e ao prazer.
Enfim, saúde e bem-estar físico, mental e espiritual pode ser considerada a definição por excelência de felicidade! Da felicidade possível! Felicidade que já pode ser alcançada durante a própria busca por essa plenitude. Por meio da moderação dos desejos e aspirações, da prática de exercícios físicos e pela integração ao universo e a tudo o que há ao seu redor.
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